Eu não sou meu nome, meu apelido, muito menos minhas cicatrizes. Sou no máximo o que pulso durante o que se manifesta. Energias morrem e nascem pela primeira vez através de mim e me renovam como uma fênix pulsante. Sou toda pausa e movimento. E canto labaredas de vida enquanto estou contigo. Presente-fico. Presente amigo. Presença e sim, contente de estar... converso e diz-com-verso: poema pra mim. Ruborizo assim, como desde as artérias. Te toco e não me queimo, te olho sem medo e assumo primaveras. E como florescem na umidade dos lábios! Chego até a dizer palavras. "Lua", "te amo", "saudades". Calor abranda: "é bom amanhecer contigo"...
Fim da folha: beijo, .
Um comentário:
Perguntações em pseudo-prosa
Onde nomes, apelidos e cicatrizes se encontram contigo? eres resultado de pulsações, ou são elas um você decorrente? renovada és pelas energias, ou morre-nasce você, para renascê-las das cinzas? eres a pausa do movimento e o movimento em pausa? ou o contrário? com contigo cantas labaredas, ou labaredas cantam o contigo? presente-ficas ou ficas no presente? amigo é o presente, ou o seu transmutar? estas contente na presença do sim, ou sim na presença do contente? dizes com verso e conversas, ou como verso conversas, e dizes? aceitas poemas, ti? tu pelas artérias ruborizas, ou muito vocêsa as artérias, ruborizando-as elas? não te queimas por tocar, ou tocas por não queimar? por não ter medo em olhar as primaveras assume, ou por as assumir não tens medo? no lábio florescem, úmidas, ou úmidas nas flores labeiam? dizer chegas as palavras "luar", "amar" e "saudadar" conjugadas, ou no infinitivo? gostas de dizer e ouvir, de dizer o ouvir ou de ouvir o dizer? abrandas o calor pelo contigo amanhecer, ou o calor abrandar o contigo amanhece? onde vive a chave do amanhecer de seu poema? e por que versos se amanhece o seu ti?
beijo oculta-se na folha do fim
Postar um comentário