Pluma

Não há indagação ao adormecer. Inspiro plumas de ar, exalo suspiros de olhar terno. Fixo-me nos seus olhos. Há um poder sem dono pairando na atmosfera. E ele passa por meus pulmões e os fortalece. Aguça meus sentidos. Vibra.

Vamos, sem palavras. Dessa vez, não haverá guerras.

(Ao som transcedental de Loreena McKennitt... "Parallel Dreams".)

4 comentários:

Camila de Sá disse...

Mia disse:

Me faz pensar o que é afinal adormecer sem indagar. O que é não questionar, sequer pensar que as coisas poderiam ser diferentes. Paz? Consciência livre? Talvez, simplesmente, esta não seja a hora de dormir, mas o próprio sonho de vida que nunca para. Tão contínuo quanto for nossa fé. E sobre fé não vou falar, já está dito que não haverá guerras.

Sobre palavras e guerra, acho que vale a pena registrar aqui o que meu amigo Leo Oliveira escreveu:

Via Crucis

Das palavras que falei
pus um prego em cada uma
dez vezes eu erro
pelo peso das origens

Com seus pés me puxando pra baixo
falta ar para mantê-las todas
Me encontrei em fogo cruzado,
palavras que cruzam outras palavras

Pregadas de frente por todos os lados
Sem querer me vejo pensando
em tudo o que disse sem pensar
Todas em estigmas, há pouco fôlego

E, sim, sou responsável pelo lamento
carrego todas no peso das costas
Abro os braços; elas me atingem
As palavras me usam de volta.

Noubar Sarkissian Junior disse...

E ontem (hoje, na verdade) falávamos do reencontro com as palavras, né? Que bom vê-las tão intensas, tão oportunas: indispensáveis nesse começo de semana.
E que vontade de ver o mar!

"Acho normal ver o mundo feito faz o mar num grão de areiaaa"

Flávio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniela disse...

adorei a retomada ao blog!!
Veio com muita inspiração!
Que saudade do mar =( há mais de um ano não o vejo.
Prefiro as fotografias, também, sem negar que o vídeo pode ter muita coisa de forte, pode ser muito influenciado e manipulado, assim como a fotografia!
São pontos de vista...