
Passeio pelas ruas brilhantes do Berrini, depois paro. Como dizem, nem parece Brasil.
Prossigo a caminhada. Mais a frente, um pedinte mal vestido e muito mal cheiroso me olha, me implora. Mas já não posso mais parar... SOU BERRINI.
Aumento o passo... tento engolir minha humanidade, mas a garganta é seca e dói... teria ele mais sede do que eu naquele momento? bah! besteira. SOU BERRINI... bastaria não olhar para trás... não olhar para trás... não olhar para trás...
Salivo, e a saliva escorre pela garganta, agora úmida. O café da esquina exala deliciosamente.
Egoísmo. E um certo nojo de mim mesma.
4 comentários:
Não sei de suas vivências...Mas me pareceu uma metáfora mal explicada, porém sofisticada.
Agora, sei lá eu, minha visão é demasiada efêmera ou você "profundou" demais?
Adoro seus textos.
Linkei-a, algum problema?
Beijo.
Compartilho, sim.
Só que temos um deferencial muito bacana, você despreza o egoísmo e acha fácil, eu já luto para ter um egoísmo, só que autruista, se é pra tê-lo que seja da melhor maneira. Porque não existe ninguém "não-egoísta", não concorda?
Ah...
Como altruísmo não faz diferença?
Se além de nós, todos fossem altruísta seria tremendo o rebuliço, positivo.
Se eu usar aquilo de "ruim", egoísmo, pro bem é muito bom.
Alguém se sentir confortável e saciado em ajudar alguém é melhor do que aquele que simplismente se farta com uma barra de chocolate.
Não acho que nos torna mais egoísta aceitar que somos tal.
Bem, uma idéia que não concordei, apenas.
Ai, Camila, que sensação gostosa!
Como a Dani não me falou desse seu blog antes, hein? Adorei seus "rabiscos"! Escolhi essa postagem pela sinceridade transbordante da narrativa e pelo tom familiar. Pra além disso, pela data, talvez ela tenha uma importância distinta das outras, pois marca uma Camila ainda pré-universitária, o que me faz admirar a Budinha "blogueira" antes do reducionismo que pode representar o título de amiga da namorada.
Passarei por aqui mais vezes.
Beijo
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