o céu é o limite


Oh, tu que és
e és luz
e és sombra
és como céu
que se derruba
desejoso
de um “como” às alturas
do ser alado
que habita teu ser:
!!!
mais pavor no trovador
delicado
do que num grito apavorado
na intensidade de um voo fatal!

gotas fartas
gordas de adoçar
caindo em devaneio
sedento de espaço
em si mesmo
gotas despencando
sedentárias em quadrantes pequenos demais
levadas pela gravidade
de todas as coisas sem sentido
ou com sentido demasiado -
não veem que o céu é o limite?

até que o vento sussurra
em pé de ouvido prestes a entupir:

permanece
ainda
a juventude que nos resta
enquanto arco-íris se formam
sem nada pedir
e abrem seu rabo
de pavão
quando há encanto
e prazer
nas horas
de banhar-sol
regados pela garoa
que ainda respinga
nas coroas
dos reis de papelão
nos alvos chapéus
das senhoras de casa de campo
e nas corolas perfumadas das flores

e enquanto ainda sente
o toque das penas
nas moléculas de ar
o movimento das   e s t r e l a s  que não se mexem
mas que movem corações apaixonados
curiosos da noite

AVES VOARÃO PELA NOITE?


Amanhece.

Aves
amantes
céus que se tocam dentro do céu
refeitos de brisa azul,
tanto assim,
de embriagar
crianças aladas. 


2 comentários:

Mariana Menezes disse...

O céu não existe. O que existe é o infinito.

Unknown disse...

O infinito é um céu que só posso ver/sentir de olhos fechados.