é o meio do caminho
o meio de caminhar
o assovio do vento que sopra meus cabelos soltos
que assopra os brincos metálicos nas orelhas
que amorna minha frieza
faz nunca chegar
adia sempre as últimas notas
dó ré mi fa sol lá
"dorme a cidade"...
resta o todo mais
todo ar-far
todo ar-far
a música é a última
a que nunca sobra
a que me desdobra em ser
e em humanizar
criação fugaz
que é um abrir os olhos
para fechá-los de novo
e ouvir melhor
como a morte se aproxima
quando as mãos alheias
se preparam para aplaudir
quero continuar anônima
rabiscadora de meus inventos
e sedutoras ilusões
sol em pico
apito do trem na hora
que vai partir
trem a vapor
carvão a mão
calor de doer
beijos em pb
lendo os finais
cartas de fernando sabino
observo pessoa
e me banho de vida alheia
não tão longe
filmes indianos, retratos,
blogs, poesias,
sabia?
refresca
contudo
são as cordas.
acorda
viva de enferrujar!
e os dedos brincam de urucum
rosto pintado
todo mundo é um pouco índio
quando acordado
em férreo
ferrovia
via viva
de enferrujar
ferro
ruge
rudimentar.
eis que não pára
corrói
e devo seguir a pé:
vou pelos cantos!
lá lá lá...
ouço as penas,
Um comentário:
maravilhoso!!!!
tão bem escrito... tão poético... adorei, muito mesmo.
gleuber militani
projeto reticere.
Postar um comentário